Crimes cometidos em ocasiões diferentes. Vítimas conheceram o músico no Jardim
do Morro, em Vila Nova de Gaia.

As duas menores de 16 anos frequentavam instituições diferentes e conheceram-se
durante uma fuga, no jardim do Morro, em Vila Nova de Gaia. Ficaram amigas e, em
ocasiões diferentes, conheceram um sem abrigo que naquele local vagueava, lhes
fornecia droga e oferecia um local para pernoitarem em casas devolutas. Nesses
locais, quando estavam sob influência de drogas, o que as deixava inconscientes,
violou-as e molestou-as sexualmente. O homem de 39 anos, artista musical,
natural da Guiné, sem trabalho e sem residência fixa em Portugal, foi agora
detido pela Polícia Judiciária do Porto e ficou esta terça-feira em prisão
preventiva.

Um dos casos ocorreu no início deste ano e a menor formalizou queixa. Diz que
conheceu o sem abrigo e que ele a convidou a pernoitar onde dormia com outros
sem abrigo, numa casa abandonada em Vila Nova de Gaia. Nesse local, após
consumirem droga foi coagida e ameaçada a manter com ele relações sexuais. Com a
PJ no terreno, percebeu-se depois que uma outra menor, amiga da que denunciou os
factos, tinha igualmente sido atacada pelo mesmo suspeito. Este outro caso
ocorreu no verão do ano passado. A vítima indica que o suspeito a convidou a
ficarem numa casa devoluta, no Porto, e que nesse local, enquanto consumiam
produto estupefaciente, o suspeito lhe terá colocado uma outra substância na
bebida, o que a deixou com sonolência. Foi violada. 

As duas menores fogem com frequência das instituições em que se encontram, mas
para onde acabam por voltar dias mais tarde. E foi nessas circunstâncias que se
conheceram e que acabaram por perceber recentemente que foram vítimas do mesmo
sofrimento, às mãos do mesmo homem que dizia ser amigo delas.  As menores
garantem que viam o suspeito como alguém que as poderia ajudar sempre que
escapavam das instituições do Grande Porto – mas que acabou por ser um dos seus
maiores pesadelos. Está indiciado da autoria de diversos crimes contra a
liberdade e autodeterminação sexual de duas jovens. Foi já presente a um juiz no
Tribunal de Instrução Criminal do Porto para aplicação das medidas de coação.