A semana passada um homem, de 56 anos, morreu em Marvão, no distrito de
Portalegre, devido uma paragem cardiorrespiratória.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a Unidade Local de Saúde
(ULS) Alto Alentejo garantiram esta terça-feira que estão a “desenvolver
esforços” para garantir a operacionalidade da emergência médica pré-hospitalar
naquela região.
Em comunicado conjunto, as duas entidades explicam que estão a desenvolver
esforços “face às dificuldades de preenchimento” da escala da Viatura Médica de
Emergência e Reanimação (VMER) alocada ao Hospital de Portalegre, decorrente da
“escassez de médicos”.
“Ambas as entidades reconhecem o impacto que a inoperacionalidade deste meio de
emergência médica pode ter e reafirmam o seu compromisso em garantir que esta
valência se mantém dentro dos níveis de exigência e da qualidade que as
populações merecem”, lê-se no documento.
Desta forma, o INEM vai “disponibilizar mais vagas” para a formação de
profissionais provenientes ou indicados pela ULS Alto Alentejo.
“Irá igualmente colaborar, de forma transitória, na realocação de meios
diferenciados de emergência na área de abrangência da VMER de Portalegre, em
momentos em que se verifique maior fragilidade nas escalas”, acrescentam.
Contactada pela Lusa, fonte do conselho de administração da ULS do Alto Alentejo
indicou que, entre 01 de janeiro e 31 de julho deste ano, a VMER adstrita ao
hospital de Portalegre, esteve inoperacional um total de 480 horas.
Também a Câmara de Portalegre já reivindicou a total operacionalidade da VMER no
decorrer de uma reunião com o conselho de administração da ULS do Alto Alentejo.
Em declarações à Lusa, após a reunião que decorreu na segunda-feira, a
presidente da autarquia, Fermelinda Carvalho, lamentou que a VMER esteja, por
várias ocasiões, inoperacional e revelou ter reivindicado junto da administração
da ULS do Alto Alentejo uma solução para o problema.
“Infelizmente, esta situação da não operacionalização não é algo novo, já
ocorreu ao longo dos anos, muitas vezes. Ultimamente, podemos dizer, em tempos
médios, que está 10% do tempo inoperacional”, argumentou.
Segundo a autarca, isto “não pode ser” e, por isso, disse ter transmitido ao
presidente do conselho de administração da ULS do Alto Alentejo que a câmara
exige que “a VMER esteja em funcionamento 100% do tempo”.
A SIC noticiou, no dia 29 de agosto, que um homem, de 56 anos, morreu em Marvão,
no distrito de Portalegre, devido uma paragem cardiorrespiratória.
De acordo com a estação de televisão, o homem foi assistido pelos bombeiros
porque a VMER de Portalegre estava inoperacional.
Segundo a SIC, tratou-se da segunda morte neste distrito alentejano a coincidir
com períodos em que a VMER não esteve disponível.
A Lusa contactou, por correio eletrónico, a Inspeção-Geral das Atividade em
Saúde acerca destas duas mortes e para saber se foram abertos inquéritos à
inoperacionalidade da VMER nesses dias, mas não obteve esclarecimentos até ao
momento.