Ideia de bombeiro da corporação do Seixal nasceu nas redes sociais. Chega já
mostrou apoio, e outros partidos estão convidados.
O “cansaço dos bombeiros de esperar por melhores condições de trabalho”,
acentuado “por mais uma trágica época de fogos”, levou um bombeiro da corporação
do Seixal a organizar, nas redes sociais, um “protesto pacífico” do setor. A
manifestação vai decorrer durante três dias, entre 13 e 15 de setembro, e vai
consistir num ‘acampamento’ junto à Assembleia da República, em Lisboa. Os
organizadores apelam à presença de bombeiros, mas também da população solidária
com esta carreira.
“Esta ação pretende chamar a atenção do Estado e da sociedade para as condições
insustentáveis em que os bombeiros exercem a sua missão, e reivindicar medidas
urgentes de valorização e dignificação desta força essencial de proteção civil”,
refere a convocatória do protesto. Humberto Batista, bombeiro na corporação do
Seixal, e que há anos integra o dispositivo especial de combate a fogos
florestais, é o autor da ideia da manifestação. “Posso dizer que tenho apenas
uma farda de combate a fogos. Se se rasgar, queimar, tenho de participar ao meu
comando na expectativa de poder ter outra. Uso as mesmas botas de trabalho há
oito anos. E tudo em prol da população”, explicou. O bombeiro do Seixal diz que
ele próprio, e os colegas, “trabalham sem subsídio de fardamento, como existe
nas polícias”. Além disso, acrescentou, esperam há anos por “um projeto de
carreira profissional para os bombeiros voluntários do quadro nos corpos de
bombeiros, e ainda reforma aos 60 anos sem penalização, criação de incentivos
sociais e fiscais para bombeiros voluntários”. Humberto Batista frisou ainda a
“necessidade de investimento em meios operacionais, formação e modernização dos
quartéis, e criação de um modelo de financiamento estável para o setor”.
A ideia é “mudar todo este cenário”. “O protesto é uma chamada de atenção, e
nasceu nas redes sociais. Temos milhares de visualizações em várias plataformas,
e queremos apelar ao poder político, para o estado em que os bombeiros se
encontram. A Liga dos Bombeiros não nos apoia, pois diz esperar pelos resultados
de conversações com o poder político”, referiu o bombeiro. Quanto a apoios
políticos, concluiu Humberto Batista, “certo é já o do Chega”. “Não enjeitamos
nenhum apoio político, e queremos especialmente a população do nosso lado”,
apontou.