Devedores eram espancados e obrigados a ceder a identificação para a rede
contrair empréstimos no seu nome.
A família de Fábio Loureiro, conhecido por Fábio “Cigano”, um dos evadidos da
cadeia de Vale de Judeus, liderava uma rede de tráfico de droga.
De acordo com o Jornal de Notícias, a rede era liderada pelo cunhado Rafael
Faria, de 36 anos, de alcunha “Lagarto”, e mantinha dois grupos independentes de
venda de droga em Sines e no Algarve. Um dos grupos incluía Vânia, de 33 anos,
companheira de “Lagarto” e irmã de Fábio “Cigano”. Também a mãe, três irmãos e
um primo estavam integrados no negócio e vendiam através da casa de família.
A outra célula, que operava em Sines, era gerida à distância por “Lagarto”.
Compravam as drogas em Espanha, na Quinta do Rato, em Lisboa, ou no Bairro da
Bela Vista, em Setúbal.
Segundo a mesma fonte, recorriam também a toxicodependentes para fazer as vendas
e, se preciso, através da força. Os devedores eram espancados e obrigados a
ceder a identificação para a rede contrair empréstimos no seu nome.
Uma operação da PJ de Setúbal, realizada a 10 de julho de 2024, colocou fim ao
negócio e desmantelou os dois grupos.
Os principais arguidos, em quatro anos, terão lucrado mais de 810 mil euros. O
cunhado de Fábio “Cigano” e outros 23 arguidos foram agora acusados pelo
Ministério Público de Setúbal.