Investigadores da PSP de Lisboa trabalham para deduzir acusação contra
funcionário de Almada e o seu cúmplice.
A Divisão de Investigação Criminal (DIC) da PSP de Lisboa prossegue com o
inquérito que, no início de agosto, levou à detenção de um oficial de justiça do
tribunal de Almada (de licença sem vencimento), e um cúmplice, por tráfico de
milhares de munições. Os investigadores procuram agora identificar os clientes
do negócio de armamento alegadamente gerido pelos dois homens, para assim
poderem fazer uma proposta de acusação pelo crime de tráfico de armas.
A investigação da DIC de Lisboa começou em 2021, quando surgiram as primeiras
provas de que o oficial de justiça, já na altura de licença sem vencimento,
comprava munições de calibres 6,35 mm, 7,65 mm e 9 mm (estes últimos interditos
a civis). Apesar de não estar ao serviço, aproveitava a isenção do título de
posse de arma inerente à profissão. Em cerca de 3 anos, concluiu a investigação,
terá adquirido cerca de 11200 munições. Com o apoio do cúmplice, era então
contactado por potenciais compradores, com quem negociava o valor a pagar pelo
armamento.
O oficial de justiça e o segundo arguido do processo foram detidos a 12 de
agosto. Foi apreendido diverso armamento e munições.
Pedro Pestana, advogado do segundo suspeito, disse ao CM que “não há prova do
crime de tráfico de armas sem que se identifiquem clientes compradores”. Os dois
arguidos estão submetidos a apresentações semanais e proibição de compra de
armas.