Burlou vítimas em 232 mil euros através das redes sociais e foi acusado da
prática de 57 crimes.
Inúmeras vítimas foram enganadas por um burlão que anunciava a venda, de forma
reiterada, de bens de que não era proprietário, através de uma plataforma do
Facebook. A atividade criminosa, investigada pela Polícia Judiciária do Centro,
rendeu-lhe, pelo menos, 232 mil euros. A maior parte do dinheiro das vítimas era
aplicado em jogo online ou nos casinos da Figueira da Foz, da Póvoa de Varzim e
de Espinho, dos quais era frequentador habitual.
O suspeito foi acusado pelo Ministério Público da prática de 57 crimes, 49 dos
quais de burla. O processo inclui mais três arguidos que respondem, em
coautoria, por um crime de branqueamento.
Para concretizar os crimes, o burlão criou diversas contas no Facebook.
Inicialmente utilizou a sua identidade verdadeira mas rapidamente evoluiu para a
utilização da identidade de outras pessoas, “de molde a dissimular a autoria dos
crimes”, refere o Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Coimbra,
na sua página na internet.
Para conferir maior credibilidade à sua atividade, o arguido remetia às vítimas
que o contactavam documentação forjada para reforçar a ideia de que estavam a
fazer negócios reais de compra e venda.
Os lesados faziam o pagamento através de transferências para contas bancárias
indicadas pelo burlão e que eram tituladas pelos restantes arguidos. Segundo a
nota do Ministério Público, havia casos em que também fornecia às vítimas dados
para pagamento, com entidade e referência, “tendo por destino contas de jogo
online por si dominadas, dissimulando, deste modo, a respetiva origem e
destino”.
Os factos que estão em causa neste processo ocorreram desde o início de 2021 até
julho de 2023. O suspeito encontra-se em prisão preventiva.